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Pequena história da Margarete

Um dia se encheu e arrancou os pelos da virilha com a mão. Depois de 13 minutos não sentia mais dor, mais virilha, mais amor.
um dia se apaixonou e escreveu um bilhete num guardanapo durante a bebedeira: te amo, não se assuste, te amo como amo a bandas que ainda não existem.
um dia estava violenta e jogou, de propósito, uma travessa de peixe antigo no lixo para recicláveis. Lixo do prédio todo, pra fuder mesmo.
uma noite sonhou e de espanto, encanto e suor pelo peito, gritou. Ouviu o grito e descobriu que apesar de trabalhar no cabeleireiro com a traveca Leiloca, era; na verdade, uma genial cantora lírica não descoberta.
Margarete sobe na lua e alcança os pássaros
Margarete sente dor no seio esquerdo.
Margarete se pinta às quintas e vai caminhar na esperança de um chaveco, de um elogio, de um carinho no rosto pop.
Margarete gosta de rock. Margarete sabe a letra de rancho fundo. Margarete, em segredo, se chama Mérilinmoura. Margarete fudeu seu cabelo com chapinha. Margarete já leu Freud e entendeu.
Mamá se lembra do colo da mãe e do não pai. Não pai nunca foi, nunca esteve, nunca viu. Margô se vinga não amando macho. Margarete late escondida no travesseiro e range os dentes quando tira seu aparelho de plástico de boxeadora. Foram caros, mas ela não suporta se sentir bocuda a toda hora. Tem medo de pesadelos. Margarete viu um acidente feio. Viu miolos e viu um joelho do lado de um halls mal embrulhado no chão. Cereja e sangue. Margarete pensou sobre a morte enquanto fazia a escova no Bebê, um macho.

descontos - escrotos

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